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Gosma de verme pré-histórico pode inspirar o plástico do futuro: reciclável e reversível

Substância produzida pelo verme-de-veludo pode apontar um caminho para a criação de materiais mais biodegradáveis Verme-de-veludo de Barbados. MCGill/Divulg...

Gosma de verme pré-histórico pode inspirar o plástico do futuro: reciclável e reversível
Gosma de verme pré-histórico pode inspirar o plástico do futuro: reciclável e reversível (Foto: Reprodução)

Substância produzida pelo verme-de-veludo pode apontar um caminho para a criação de materiais mais biodegradáveis Verme-de-veludo de Barbados. MCGill/Divulgação Por décadas, pesquisadores têm buscado inspiração em materiais biológicos produzidos por organismos como aranhas e mexilhões. A meta é criar polímeros de forma mais sustentável. Agora, um novo candidato entra em cena: a gosma expelida pelo verme-de-veludo — uma criatura marinha que habita os oceanos há pelo menos 380 milhões de anos. Segundo um estudo publicado nos "Anais da Academia Nacional de Ciências dos EUA" (PNAS), essa substância pode ser a chave para o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis. A descoberta sugere utilizar o princípio ativo encontrado na composição de proteínas de repetição ricas em leucina (LRR), que faz parte dessa gosma do verme, como um potencial guia molecular para a fabricação sustentável de plásticos mais biodegradáveis devido a sua maior capacidade de dissolução na água. Proteína encontrada em "gosma" do verme-de-veludo pode abrir portas para a criação de novos plásticos biodegradáveis Andras Keszei/Flickr / Montagem G1 Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade McGill e da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Singapura, analisaram amostras do verme-de-veludo retiradas dos mares da Austrália, Singapura e Barbados. Agora, o desafio é desvendar o mecanismo biológico que torna essa substância mais "solúvel" e com isso, fornecer princípios de design molecular para a criação de novos materiais. Contraste com o nylon O que chamou a atenção dos pesquisadores foi a maneira como ocorre essa interação da gosma do verme-de-veludo na natureza. Eles concluíram que essa gosma é um biomaterial à base de proteínas e se surpreenderam como esse "líquido gosmento" se transformar rapidamente em um fluído mais rígido, similar a um nylon, que é muito resistente, mas quando é descartado, permanece no meio-ambiente por centenas de anos, contribuindo com a poluição. A capacidade de dissolução dessa gosma depois que ela entra em contato com a natureza ao ser expelida, chamou ainda mais a atenção dos pesquisadores, pois eles entenderam que a forma aquosa que essa sustância assume ao se dissolver, pode ser o caminho para a criação de plásticos biodegradáveis mais sustentáveis, pois em tese, eles poderiam replicar esse processo. Pesquisadores conseguem primeiro 'nugget' com carne feita em laboratório